Buenos Aires tem segunda edição de Basado en Hechos Reales

Sylvia Colombo
A escritora bielorrussa Svetlana Aleksiévich (Foto Divulgação)

De festivais literários, Buenos Aires costuma ser bastante farta de opções. Há dois anos, porém, um novo evento vem agitando a cena da não-ficção local. Trata-se do festival Basado en Hechos Reales (Baseado em Fatos Reais) e que ocorre entre 1 e 3 de novembro, no Centro Cultural Kirchner, em Buenos Aires.

Nesta edição, bem maior e mais variada que a de estreia, no ano passado, haverá mais de 60 autores, em oficinas, palestras, exibições de documentários e outras atividades.

É certo que já há alguns anos existe uma moda de eventos que reúnem cronistas da não-ficção, ou do chamado jornalismo literário, mas ao passar os olhos pela lista dos convidados e atividades desta festa, a sensação é que o festival oferece um ponto de vista diferente. De um jornalismo que apesar de fugir do hard news, não menospreza as chamadas notícias duras, e as mudanças no cenário jornalístico, assim como as do meio geopolítico em que vivemos, tratando de temas muito importantes na atualidade.

Entre os destaques estão numa exposição de documentários sobre grandes nomes da cultura refletindo sobre o ofício, de fotojornalismo (com destaque para obras de Nan Goldin), além das palestras. Os organizadores são um grupo de jornalistas argentinos ligados ao trabalho de prática diária, mas também freelancers e os que se dedicam a temas específicos e produção de livros sobre o assunto. Entre eles, estão Ana Prieto, Cecilia González, Silvina Heguy e Luciana Mantero.

O time de estrangeiros não é fraco, conta com Carlos Manuel Alvarez (Cuba), Sacha Batthyany (Suíça), Christina Lamb (Reino Unido), Agus Morales (Espanha), Yasna Mussa (Chile), Sandino Núñez (Uruguai), Camila Segura (México) e Marcela Turati (México), entre outros.

Na seção de documentários, serão exibidos filmes sobre os Nobel Mario Vargas Llosa e a bielorrusa Svetlana Alexievich e outros.

Para quem estiver em Buenos Aires nesse período e estiver interessado em não-ficção ou na realidade que vivemos, não deixe de passar pelo Centro Cultural Kirchner.