E Borges finalmente leva o Nobel de Literatura
Num ano em que o Prêmio Nobel de Literatura da Academia Sueca foi suspenso por conta de um escândalo sexual, na Argentina não se perdeu tempo. Durante o Festival Internacional de Literatura de Buenos Aires (Filba), que ocorre durante esses dias, uma performance cômica fez uma entrega simbólica do galardão a ninguém menos que o sempre injustiçado Jorge Luis Borges (1899-1986).
Nome sempre lembrado, porém nunca premiado, um dos principais escritores do século 20 chegou a considerar que não recebia o Nobel por suas visões políticas de direita, e a ironizava: “Todos os anos dizem que vou ser eu, e todos os anos me esquecem.”
A performance contou com o ator Esteban Feune de Colombi, vestido de mulher, com ares acadêmicos que ironizou os trejeitos da entrega até aqui anual do prêmio. A escolha foi “séria”, a organização da Filba convocou um Comitê Internacional de Escritores, com Catherine Millet, Marta Sanz, Mathias Énard, João Paulo Cuenta, Fernando Savater, Alberto Manguel e Jorge Carrión, entre outros.
Enquanto Feune de Colombi falava, eram exibidas imagens do escritor dando entrevistas sobre o tema e de bom humor. Depois, se mostrou a sepultura de Borges em Genebra, sob aplausos.