Hay Festival reúne em Cartagena nova literatura da região
A cidade histórica de Cartagena, na Colômbia, uma das principais fontes de inspiração de Gabriel García Márquez (1927-2014), celebra entre os próximos dias 25 e 28 de janeiro mais uma edição do Hay Festival.
Neste ano, estão entre os destaques uma mesa sobre o Maio de 1968 na América Latina, comandada pelo jornalista norte-americano Jon Lee Anderson, um debate sobre Cervantes e Shakespeare, com a mexicana Valeria Luiselli e o anglo-indiano Salman Rushdie, e ainda as participações do sul-africano J.M. Coetzee, dos colombianos Juan Gabriel Vásquez e Hector Abad Faciolince e do norte-americano David Rieff, entre outros.
No Hay Festival também será divulgada a publicação de “Bogotá 39”, uma reunião dos melhores textos de ficção escritos por autores escolhidos para o projeto, cuja primeira edição ocorreu em 2007 e tomou como inspiração a idade que tinha Gabo quando escreveu “Cem Anos de Solidão”.
Em 2007, 39 escritores foram escolhidos por um jurado e tiveram seu trabalho divulgado por meio de coletâneas e participações em festivais. O “Bogotá 39” conseguiu o que tantas décadas de convivência geográfica não conseguiram fazer: promover intercâmbio entre jovens autores de distintas partes da América Latina.
Entre os escolhidos da mais recente edição do projeto estão o colombiano Felipe Restrepo Pombo, também diretor da “Gatopardo”, os mexicanos Valeria Luiselli e Emiliano Monge, a argentina Samanta Schweblin e o chileno Gonzalo Eltesch. Do Brasil, estão Natalia Borges Polesso e Mariana Torres.
Em geral, se privilegia quem lançou por editoras pequenas, que nos últimos anos tiveram um “boom”, principalmente no México, na Argentina e na Colômbia. Mas, se olharmos para a lista do primeiro “Bogotá 39”, vemos que seus autores já estão ou em grandes editoras ou já ganharam grande projeção internacional, como Guadalupe Nettel, Junot Díaz e Jorge Volpi.
Em Cartagena, fica dada a largada no circuito de festivais literários da AL em 2018.