Bogotá e México DF, com avenidas fechadas para carros… há tempos
A discussão sobre o fechamento da avenida Paulista para lazer aos domingos parece primitiva se compararmos São Paulo com outras metrópoles bastante povoadas da América Latina. Bogotá, a capital colombiana, onde vivem 8 milhões de pessoas, começou a interromper o tráfico das ruas centrais em 1974. Sim, eu disse 1974 (foto abaixo). Desde então, das 7h às 14h dos domingos e feriados, um conjunto de ruas e avenidas do centro passou a funcionar como grande área de lazer para pedestres, corredores e ciclistas, e é concorrido desde cedo _em geral primeiro chegam os esportistas, depois as famílias e jovens e, no fim do período, as pessoas passam a se desmobilizar para ir almoçar. O comércio costuma ficar aberto. A área foi sendo expandida, e hoje corresponde a 121km de vias que, aos domingos e nos feriados, ficam livres de carros. Há, ainda, uma programação de aulas de ginástica, iniciação esportiva, ioga e gincanas para crianças, realizada pela prefeitura.
Tão populosa como São Paulo, a Cidade do México, com seus 21 milhões de habitantes na região metropolitana, há oito anos fecha 55km de suas grandes avenidas centrais aos domingos, incluindo o icônico Paseo de la Reforma. A relação dos mexicanos com a bicicleta vem de longe, sendo uma cidade em sua maioria plana e com uma tradição histórica de comércio ambulante (vendedores de “tamales” e outros alimentos) sobre duas rodas. Os museus da cidade e prédios históricos ficam abertos à visitação e integram de forma harmônica o passeio de quem vai ao centro. Além disso, ambas as cidades também promovem, periodicamente, uma “ciclovia noturna”, para levar as pessoas a frequentarem a região central, sem carro, à noite, criando um ambiente social agradável de convivência.
Será que é um problema tão grande, mesmo?