Arqueologia com “drones”
O elegante edifício do Mali (Museo de Arte de Lima), construído em 1872, para a Exposição Internacional de Lima, exibe até meados de setembro o mais importante achado arqueológico peruano das últimas décadas. Em menos de uma semana no Peru, é chamativa a quantidade de notícias que aparecem a todo momento de novos achados e investigações. O riquíssimo passado pré-hispânico peruano está longe de ser esgotado, muito pelo contrário, cada nova descoberta abre novas possibilidades e estabelece novos padrões de reinterpretações do passado. É exatamente o caso dessa exposição que vi ontem, “Castillo de Huarmey”, apresentada no principal salão do Mali.
O achado foi realizado por uma equipe de investigadores poloneses e peruanos, após 10 anos de investigações na região de Ancash (norte), compõe-se de 1.200 objetos de ouro, prata e cobre, além de mais de 60 corpos de mulheres da nobreza. Segundo Milosz Giersz, da Universidade de Varsóvia, que lidera a equipe, a descoberta fará com que sejam necessárias revisões no que se conhece dos fatos sobre os habitantes da região. Antes, se acreditava que haviam vivido independentemente das grandes forças que predominavam no período pré-incaico.
Agora resulta que os huaris parecem ter expandido até ali seu poderoso império baseado em Ayacucho, por volta dos anos 600 e 800 depois de Cristo. Fotos ampliadas mostram o local onde os arqueólogos trabalharam nos últimos anos, nas encostas de um seco vale. Curiosamente, os objetos do Castelo de Huarmey começaram a causar interesse internacional quando algumas peças chegaram a mercados de antiguidades de Lima no começo do século 20, levando pesquisadores europeus a mobilizarem-se para estudar mais a fundo sua origem.