A vida depois do terror

Sylvia Colombo

Está em cartaz no reformado Centro Cultural San Martín, no centro de Buenos Aires, a obra “Mi Vida Después”, da escritora e dramaturga Lola Arias. Trata-se de mais uma reflexão sobre os tempos da ditadura militar argentina (1976-1983). No caso dessa obra, porém, toda a voz é dada para os filhos dos desaparecidos, que não só atuam como trazem à cena objetos, fotografias e recordações de seus pais.

São seis atores, todos nascidos nos anos 70 e começo dos 80. Passam as quase duas horas de espetáculo juntando as peças para remontar as figuras de seus jovens pais, em geral mortos numa idade menor que a deles. A produção é criativa, enquanto os atores falam, fotos são apresentadas e sofrem intervenção para descrever cada traço de personalidade ou detalhe de um evento. Há ternura, certo bom humor e delicadeza nessa parte, em que são apresentadas cenas como as do casal de militantes exilado no México comemorando a vitória da Argentina no Mundial de 1978, ou a partida no aeroporto de um dos desaparecidos, olhando para trás para ver seu país pela última vez. Também são usadas roupas e objetos pessoais dos guerrilheiros e militantes mortos.

O curioso é que a história de cada um tem mudado desde que a produção começou a ser encenada. Carla, cujo pai era guerrilheiro do ERP (Exército Revolucionário do Povo), não sabia onde o pai estava enterrado. Agora, com novos exames de DNA, descobriu, e a resposta aparece na montagem.

Já Vanina, filha de um oficial de inteligência que cresceu com um irmão adotivo sequestrado pelos militares, finalmente se decidiu por denunciar o pai à Justiça, levando-o a ser condenado a 18 anos de cadeia. Mariano, cujo pai era jornalista e pertencente à Juventud Peronista, antes atuava com seu filho mais velho, que tinha a mesma idade que ele quando foi sequestrado, agora atua com o mais novo.

A obra fica em cartaz até o final de outubro. Mais informações pelo site: www.centroculturalsanmartin.com.

 

Comentários

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