Pizarnik, 40 anos do suicídio
A poeta Alejandra Pizarnik viveu pouco (1936-1972), mas deixou uma obra que influenciou toda uma geração de românticos e surrealistas, na literatura e na música argentinas. Ainda, trocou uma rica correspondência com Julio Cortazar e escreveu poemas, prosa e diários em que o existencialismo de corte feminino era o motor central. Pizarnik foi uma espécie de Sylvia Plath do Rio da Prata, e suicidou-se num dia 25 de setembro, como hoje, aos 36, com uma dose altíssima de barbitúrico.
Na Argentina, seu legado tem sido revisitado. Recentemente, foram lançadas as cartas que trocou com seu psicanalista, León Ostrov, por quem dizia-se que tinha se apaixonado. Também já foram editadas as que integraram seu intercâmbio com Simone de Beauvoir, Octavio Paz e o próprio Cortazar.
A poeta estudou literatura e filosofía. Viveu um tempo em Paris nos anos 60 e, entre suas principais obras estão “La Tierra Más Ajena”, “La Última Inocencia”, “Los Trabajos y las Noches” e “El Infierno Musical”. Em seus trabalhos, a busca pela morte e a inquietação sexual são temas constantes.
Apesar da intensa influência que teve nas artes de seu país no período pré-ditadura, Pizarnik é praticamente desconhecida no Brasil, onde sua obra foi pouquíssimo traduzida. No ano passado, o selo Tordesilhas lançou “A Condessa Sangrenta” e é apenas isso que o leitor brasileiro encontrará hoje em nossas prateleiras. Mais uma lacuna imperdoável do nosso mercado editorial.
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