Riquelme, Bielsa & cia

Sylvia Colombo

Mais do que de confrontos emocionantes, resultados e troféus, o futebol argentino parece viver de seus personagens excêntricos e estelares. O noticiário ganha mais brilho, e os torcedores discutem de modo mais apaixonado se o assunto é a última travessura de Carlos Tevez, a glória de Kun Agüero na Inglaterra, a despedida chorosa de Verón de seu querido Estudiantes ou as sempre bombásticas declarações de Maradona em qualquer lugar do planeta.

Nesta semana, foi a vez de dois protagonistas ganharem a cena na Argentina. O primeiro foi Juan Román Riquelme. Terminado o jogo contra o Corinthians pela Libertadores, na última quarta-feira, o maior ídolo do Boca Juniors desde Diego Armando Maradona disse que deixaria o clube.

Bastou isso para que a imprensa esportiva praticamente esquecesse que o título do torneio havia sido ganho por uma equipe brasileira, o espaço foi tomado por Riquelme e suas façanhas no futebol. Seu temperamento de dono do time, capitão severo e dedicado, assim como explosivo, é celebrado por “bosteros” (torcedores do Boca) e pelos argentinos de um modo geral. No caso desse afastamento, por suas palavras enigmáticas, gerou-se um clima de suspense e especulações. Não se sabe ao certo porque Riquelme tomou essa decisão, apesar de já ter 34 anos e ter brilhado o suficiente em sua carreira. Estima-se que seja problemas com o técnico ou com dirigentes. E as dúvidas já dão espaço suficiente para longas discussões de mesas-redondas, redes virtuais e sociais. Virou a novela da semana.

O outro personagem foi Marcelo Bielsa. Como se não bastasse acumular episódios de excessos e brilhantismos, que lhe deram o apelido de “el Loco” por parte da torcida, o agora ex-técnico do Athletic de Bilbao desta vez ganhou os títulos por um surto de violência contra o responsável pelas obras no clube basco.

Bielsa se autodenunciou à polícia, depois deu entrevista à imprensa comentando sua atitude: “eu atuei como um selvagem”. O clube não o respaldou e, na tarde de hoje, o técnico anunciou sua demissão.

Mais do que estrelas do futebol, os ídolos do futebol argentino têm algo de cinematográfico. São galãs geniais, intempestivos, e quanto mais extravagantes forem suas declarações, mais conquistam o carinho da torcida. Num ambiente assim, é fácil entender porque Leonel Messi e sua homogeneidade de comportamento, sua mansidão, não fazem sucesso em seu país-natal.

 

Comentários

  1. Thanks for any other informative site. Where else could I get that type of information written in such a perfect approach? I have a undertaking that I’m just now running on, and I’ve been at the look out for such info.

  2. I and my buddies have already been taking note of the excellent solutions on your website and so unexpectedly got a terrible feeling I never expressed respect to the website owner for those strategies. The men happened to be certainly glad to read them and have in effect quite simply been having fun with them. Thanks for indeed being really kind and also for finding some helpful themes millions of individuals are really needing to learn about. My personal honest apologies for not expressing gratitude to sooner.

Comments are closed.