Começa a Cúpula das Américas

Sylvia Colombo

Cartagena deve ser uma das únicas cidades no mundo em que não são as pessoas que chamam os táxis. São eles que buscam os clientes. Basta você se aproximar do meio-fio, e logo ouve as buzinas dos carros amarelos que buscam passageiros. São tantos que dá medo de causar um acidente enquanto disputam sua atenção.

Pois os ruidosos taxistas de Cartagena já começaram a ter trabalho. Começou na última segunda mais uma Cúpula das Américas, reunião em que se encontram representantes dos países membros da OEA (Organização dos Estados Americanos). Os chefes de Estado, entre eles Dilma, Obama, Cristina Kirchner e Chávez, só aparecem no fim da semana. Mas até lá a cidade já está cheia de grupos de jovens, de direitos humanos, de indígenas e de jornalistas, muitos jornalistas.

Nas ruas, nota-se agitação e uma vontade muito grande de não perder o negócio que representa essa grande quantidade de estrangeiros por aqui. Ainda que acostumados com grande número de turistas o ano todo, o público da Cúpula causa expectativa. Perto do Centro de Convenções e do Museu Naval, onde se amontoa a imprensa internacional, vendedores de celulares, jornais, sucos e frutas (o calor é de 34o durante o dia) disputam os visitantes no grito. É curioso ver uma cidade tão ligada à ideia de lazer e turismo dedicar-se de repente a receber engravatados e mulheres de salto alto.

Em entrevista concedida a jornalistas anteontem, o secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, evitou aprofundar temas polêmicos, como a ausência de Cuba da reunião, o apoio à reivindicação argentina às Malvinas e a proposta de liberalização das drogas que será trazida por países centro-americanos. Preferiu dizer que a Cúpula será importante para o diálogo sobre as diferenças, etc. Resta esperar que os demais líderes tragam a agenda mais carregada de propostas de um diálogo real.

 

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