Tomás Escobar tem apenas 22 anos e vem de uma longínqua província argentina, San Juan. Fanáticos por minisséries, ele e um grupo de amigos decidiram, no final de 2009, criar um site através do qual fosse possível ver episódios de seriados e filmes por “streaming”.

Deu tão certo que a experiência logo virou um empreendimento que agora ameaça grandes emissoras e associações de editores de audiovisual. O www.cuevana.tv virou mania na Argentina e já tem mais 15 milhões de usuários ao mês.

Para ver os filmes e séries disponibilizados, basta baixar um software oferecido pelo site, e assistir qualquer opção do cardápio. Não é necessário fazer “download” do conteúdo. Como o Cuevana não guarda nem distribui os itens propriamente ditos, apenas facilita o acesso, está conseguindo se esquivar dos processos. Mas eles não param de aparecer. No final do ano passado, a gigante HBO iniciou uma ação contra o site, assim como algumas emissoras nacionais. A justiça já conseguiu retirar, mais de uma vez, itens do catálogo do Cuevana, mas o grupo resiste.

Escobar agora está buscando fazer acordos com produtores independentes para que lancem suas obras a partir do Cuevana e diz que quer apenas democratizar a distribuição de cultura na rede. Com a grande audiência do site, tornou-se uma plataforma atraente para cineastas e artistas.

Enquanto isso, “vamos ver cuevana” virou uma expressão comum entre adolescentes, que elegem conectar-se ao site nos sábados à noite, para ver um montão de capítulos de seriados numa maratona, e de graça. Escobar, por sua vez, estampa capas de revistas e virou um herói em tempos de discussão de restrições na internet. Resta saber até quando vão deixar que seu reinado continue.